domingo, 6 de novembro de 2016

Cidadania: Mobilização Social contra a Redução dos Horários das Barcas na Ilha


     O assunto do mês, manchete nos Jornais do Rio de Janeiro, especialmente, na Ilha do Governador, é  a redução do horário de barcas.


     Os cidadãos do Rio de Janeiro e de Niterói estão se mobilizando contra a redução dos horários das Barcas, promovida pela Secretaria de Transportes juntamente com a CCR Barcas (empresa que administra as barcas) e que está ocasionando um grande prejuízo para a sociedade, principalmente para nós, que moramos na Ilha do Governador.



O transporte é um serviço público essencial, as pessoas precisam dele para garantir seu direito de ir e vir, de trabalhar, de estudar, etc.  Precisamos de transporte para tudo!

    Como moramos em uma Ilha, apesar de termos uma ligação com o continente, a melhor forma de transporte - mais rápida, confortável, segura e sustentável - é pela  Baía de Guanabara e, por isso, o Estado deveria garantir esse transporte com eficiência, regularidade e continuidade.

     A redução dos horários de barcas faz com que as pessoas que precisam utilizar deste transporte passem a utilizar outros meios, como o ônibus ou carro, aumentando o trânsito na saída da Ilha. E tem também aqueles que podem alterar o horário dos seus compromissos, para pegar a barca em outros horários, mas isto causa o aumento na lotação das barcas em outros horários que são até mais críticos.

    FIRJAN em 2015 realizou um estudo que garantia que a solução para o trânsito no Rio de Janeiro estava na Baia de Guanabara, com o aumento das linhas e dos horários de barcas. Assim, a Secretaria de Transportes, remando no sentido contrário da modernidade, garante assim que as barcas fiquem abarrotadas nos horários de pico, sem nenhuma barca para os demais horários.

     A desculpa é que em alguns horários não há gente suficiente para manter o serviço. Parece que só querem fornecer transporte para trabalhadores, em momento de entrada e saída do trabalho. Esquecem que a população é muito maior do que isso e o transporte público também é utilizado em momentos de lazer, por necessidade de saúde, isto é deslocamento da população em geral.

     Está tudo ao contrário mesmo, pois deveriam disponibilizar mais horários, para que a população da Ilha dependesse menos do transporte terrestre. A população, no início do ano fez uma lista de reivindicações e ganhou a promessa de que o governo iria comprar 4 embarcações de 500 lugares e iria reativar o terminal da Ribeira. Uma de suas principais reclamações já era uma grade de horários insuficiente. Agora ao invés de aumentar a grade de horário, a redução é ainda maior.

     A sociedade civil está mobilizada, com petições públicas com mais de 10 mil assinaturas solicitando providências e, inclusive, pedindo uma CPI para investigar o contrato de concessão e seus aditivos, a falta de transparência, a prática de monopólio (apenas uma empresa dominando o serviço de forma que as pessoas que pagam pelo serviço não tem direito de escolha).

     Com o protesto e a mobilização da comunidade insulana nasceu o grupo JUNTI - Juntos pela Nossa Ilha:


     A sociedade quer saber como e porquê o Estado, através da Secretaria de Transportes aprovou o cancelamento de viagens e a redução do serviço prestado que já era precário e insuficiente antes da redução sem ao menos fazer estudos e consulta a população.
   
     A situação é tão grave e o serviço é tão precário que desde 2015 alguns moradores se associaram e contrataram uma empresa de turismo para oferecer uma embarcação e um serviço alternativo, que lhes garanta seu direito de ir e vir, seu transporte para o trabalho em segurança.

      Essa causa tem uma petição online: Assine!


Fontes:
http://odia.ig.com.br/noticia/observatorio/2015-08-26/firjan-propoe-mais-14-linhas-de-barcas.html
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/11/defensoriarj-entra-com-recurso-para-vetar-mudanca-de-horarios-nas-barcas.html
http://odia.ig.com.br/noticia/observatorio/2016-02-13/estado-estuda-comprar-catamaras-para-reduzir-problemas-em-terminal-da-ilha.html