domingo, 24 de julho de 2016

Cultura: A Cinderella de Rodgers & Hammerstein

   Ontem tive a oportunidade de assistir mais um belo espetáculo dirigido pela dupla Möeller & Botelho: o musical Cinderella, de Rodgers & Hammerstein,  e que está em cartaz no Teatro Brasdesco, no Village Mall. E mais uma vez, fiquei surpreendida com a perfeição dos cenários. e figurinos. Adorei a versão da história e e a beleza das coreografias e da música, e principalmente, me encantei com perfeita atuação dos atores no palco.

     Esse é um conto da Cinderella que foi escrito para a televisão, com música de Richard Rodgers e roteiro e letras de Oscar Hammerstein II. O conto é baseado na versão francesa de Cinderella (la Petite Pantoufle de Verre de Charles Perrault).

Cinderella de Rodgers & Hammerstein, no Teatro Bradesco, na Barra

Que tal uma voltinha na carruagem?

*** Atenção! Esta seção contém revelações do enredo (spoilers)!

     Essa é uma versão diferente da clássica de Cinderela. Nela os amigos de Cinderela não são roedores, mas pessoas. A madrasta, interpretada pela atriz Totia Meireles, e filhas Gabrielle (Cristiana Pompeo) e Charlotte (Raquel Antunes) que atormentam a enteada Cinderella (Bianca Tadini) e a transformam em sua serva. Entretanto, Cinderella encontra-se com o príncipe Topher (Bruno Narchi) após ele voltar de uma caçada a um gigante, na aldeia, onde ela lhe oferece um copo de água, passando a ficar atraídos um pelo outro.

     Isso mesmo, nesta história o príncipe tem mais destaque e aparece como um grande guerreiro, matador de gigantes apesar de não saber como governar o seu reino e deixar tudo a cargo do conselheiro real.

Totia Meireles, Bianca Tadini e Bruno Narchi, nos papéis de madrasta, Cinderella e o príncipe Topher.


      Em uma trama secundária, a madrasta e o conselheiro real Sebastian (Carlos Capeletti) planejam casar o príncipe com uma de suas filhas. Assim o conselheiro sugere que o príncipe escolha seu par em um baile onde todas as moças da aldeia são convidadas. A madrasta impede Cinderella de ir ao baile, e rasga o convite de Cinderella. Em outra trama secundária, o revolucionário Jean Michel (Bruno Sigrist), apaixonado por Gabrielle, tenta de todo o modo ter uma audiência com o príncipe para reclamar contra seu governo, que está tirando as terras dos pobres.
     Na noite do baile, Cinderella encontra sua amiga Marie (Ivanna Domenyco), uma velha que vive de esmolas, e que todos acham que é uma bruxa, mas nesse momento revela ser na verdade sua fada madrinha. Ela prepara Cinderela para ir ao baile, transformando uma abóbora em carruagem, ratos em cavalos e guaxinins em criados. Ela também transforma o vestido de Cinderella e restitui-lhe o convite rasgado. No baile, o príncipe está entediado dançando com as filhas da madrasta, mas chega Cinderella que toma toda a sua atenção.

      O espetáculo tem um conteúdo político exaltando a democracia e a liberdade do voto. O príncipe resolve eleger um primeiro ministro e convoca eleições cujos concorrentes são o conselheiro real e o revolucionário Jean Michel, amigo de Cinderela.
          Cinderela é bastante esperta, tenta mostrar ao príncipe o que é bondade e não deixa cair o sapatinho em seu primeiro encontro. Só em um segundo encontro, ela resolve deixar o sapatinho com o príncipe. O príncipe tem então a "brilhante idéia" de procurar pela moça cujo pé entre no sapato. O final é o tradicional casamento de Cinderella com o príncipe, e todos ficam felizes, até a madrasta é perdoada.

*** Fim da seção de spoilers !

A Cinderella é interpretada pela atriz Bianca Tadini

Eu e o príncipe Topher (Bruno Narchi)

     Neste musical, a atriz Totia Meireles faz uma interpretação excelente da madrasta, que cativa a atenção dos espectadores do começo ao fim, mostrando diversas facetas de sua personagem, sendo ao mesmo tempo malvada e irreverente, dando a dos certa de ironia à personagem.

     Este espetáculo conta com muita técnica e coordenação cenográfica e também de efeitos de projeção. Logo no começo da peça há uma cena em que o príncipe está a procura de um gigante, e através de uma técnica de luzes e projeção, um gigante realmente parece aparecer na cena, e neste momento o som de pesadas passadas começam a ecoar no teatro até que a estrutura toda parece tremer, dando realmente a impressão de que há um gigante no palco. É o primeiro musical do Brasil com efeitos de 3D em holografia. 
     Outros efeitos especiais incluem a fada madrinha voando, seu rastro luminoso passando pela cena, e também a transformação da abóbora em carruagem, que no final da transformação está realmente lá, com cavalos e tudo mais. Uma coordenação excelente de efeitos de projeção, cenografia e também dos figurinos de cavalo.
    
      O mais surpreendente é a mudança de figurino no palco, na frente dos nossos olhos. Com ilusão de ótica, a madrinha transforma o maltrapilho vestido de Cinderela em um lindo vestido azul.

O Teatro Bradesco possui um palco muito bom, recursos de iluminação diversos e conta com várias áreas para a platéia

     Enfim, mais um espetáculo de Möeller & Botelho muito bem produzido e realizado! Eu recomendo assistir! Quem quiser saber mais detalhes online, é só acessar o site do teatro: http://www.teatrobradescorio.com.br/Programacao/143_CINDERELLA.  

      Fotos de divulgação do espetáculo podem ser encontradas no site http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/03/1748485-cinderela-moderna-e-politizada-chega-a-sp-em-adaptacao-da-broadway.shtml


Fontes:
Folheto do espetáculo 'Cinderella de Rogers & Hammerstein'
http://cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,cinderella-e-o-primeiro-no-brasil-a-trazer-efeitos-de-3d-em-holografia,10000020585
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/03/1748485-cinderela-moderna-e-politizada-chega-a-sp-em-adaptacao-da-broadway.shtml

Fotos: Ana Helena