terça-feira, 19 de julho de 2016

Mundo: Animes e animações

     Cada vez mais cresce a quantidade de animes disponíveis na TV, já estou até ficando acostumada com os personagens falando japonês o tempo todo, já que nem todo anime é dublado...

     Mas afinal, o que é um anime?


     Segundo a suapesquisa.com, o anime é “o desenho animado de origem japonesa”. Já segundo a wikipedia, anime é “um estilo de animação que na maioria das vezes é produzida no japão”: No japão, o temo anime é usado para definir qualquer tipo de animação, mas para nós serve para indicar os desenhos animados com aquela característica de desenho japonês, como os olhos grandes, as expressões exageradas, enfim, características que são marcantes dos desenhos japoneses. Embora, é claro, muitos dos desenhos japoneses apresentem pessoas com feições bem realísticas também.

     Já que estamos falando de animes, vamos falar de algumas técnicas de animação.

     A técnica de animar consiste em mostrar várias imagens, uma após a outra, com intervalos de troca bem rápidos, de modo que não percebemos a troca das imagens. Uma sequencia de imagens mostrando um objeto cada instante em um lugar, dará ilusão de movimento, ainda mais se este movimento for representado com naturalidade (do jeito que o o movimento aconteceria na vida real), imitando, por exemplo, a aceleração e desaceleração de um certo movimento.

    Assim, resolvi dar vida a alguns desenhos com a ajuda de um programa no meu iPad, para colocá-los aqui.

     A animação da bola que fica quicando é a mais didática: ela começa quando a bola está no alto, sem velocidade alguma, e sua energia é toda potencial. No próximo instante (isto é, em animação, no próximo quadro), ela começa a cair, assim desenhamos ela um pouquinho mais para baixo. Na sequência, ela vai descendo e descendo, cada vez com uma distância um pouco maior que na imagem anterior, dando impressão de que a velocidade está aumentando, por causa da ação da gravidade (a bola está ganhando energia cinética).
     Quando a bola chega no chão, está com uma velocidade muito alta. Para mostrarmos que a bola é bem elástica, podemos desenhá-la achatada no chão, como se ela estivesse sofrendo toda a resistência do chão.
Quando a bola quica, toda a energia que ela tinha quando bate no chão volta para ela, e ela volta a subir de novo, com velocidade alta. Mas, à medida que vai subindo, vai perdendo cada vez mais energia (por causa da gravidade), até parar no ar. Assim, basta desenharmos a sequencia contrária de quando ela estava caindo. Pronto! Temos a animação da bola quicando! E ainda de quebra, uma aula de Física! Se ficarmos repetindo estas imagens sem parar, a bolinha vai ficar quicando para sempre.


Animações da bola quicando. A mesma animação com velocidades (número de quadros por segundo) diferentes.

     A coisa mais importante para que uma animação fique parecendo mesmo um movimento de verdade, é a relação entre a imagem que se está desenhando, e as imagens anteriores, para que a sobreposição das imagens dê a impressão de movimento verdadeiro. Por isso, uma das ferramentas mais utilizadas na animação é a mesa de luz. Na mesa de luz, quando estamos desenhando uma imagem, podemos colocar por trás do papel que estamos desenhando, outros papéis, com o desenho dos quadros anteriores. Quando ligamos a luz, conseguimos ver as imagens das camadas de baixo, e, assim, podemos observar a sequencia do movimento e desenhar o próximo movimento.


Na mesa de luz (imitada no programa Animation Desk, para o iPad), é possível visualizar os desenhos anteriores, assim fica mais fácil planejar o próximo quadro (movimento) da bolinha.

     Animar traços e rabiscos é bem simples, mas animar uma cena com personagens, objetos e cenários, é algo bem mais complicado.

      Aplicar a técnica acima significaria ter que redesenhar toda a cena e pintá-la quadro a quadro, ou seja, instante a instante. Isso requer muita gente trabalhando, muita organização no trabalho, muita tinta, e as tintas tem que ser exatamente iguais, terem a mesma cor, sem nenhuma variação. Além disso, os elementos que devem ficar parados acabam ficando trêmulos, como é o caso do chão, nas animações da bolinha.

     Para grande sorte dos animadores, a técnica do desenho em celuloide foi criada com a descoberta deste maravilhoso material, que depois foi substituído pelo acetato. Este material é uma transparência, onde se desenha parte da animação, como um personagem, ou mesmo uma parte deste. Pode-se desenhar o contorno de um lado, e do outro pintar o preenchimento, ou pode todo ser desenhado em uma das faces. Após finalizado, este desenho é sobreposto a outros desenhos em celuloide, ou a um papel de fundo, onde se tenha desenhado um cenário. Finalmente, após todas as camadas estarem alinhadas, fotografa-se a imagem. Para o próximo quadro, pode-se alterar apenas as camadas que estão envolvidas em algum movimento, mantendo as outras camadas, como por exemplo o fundo. Isto simplifica o processo de animação, já que agora só é necessário redesenhar o que está em movimento. A técnica que consiste em se redesenhar apenas parte de uma figura é chamada de animação limitada.

 Com a técnica da animação limitada, a casa (que é o fundo da imagem) é sempre o mesmo, e a parte que é redesenhada é somente o traço azul que se move.

     Hoje em dia, esta técnica de animação limitada ainda é utilizada, mas as camadas são editadas, redesenhadas e recombinadas em softwares de computador em vez do papel celuloide, pois estes possuem diversas opções para facilitar a vida dos desenhistas. Na animação do traço azul que sai da casa, a casa é o fundo da imagem, que repetimos em todos os quadros. A camada da frente, que é onde está desenhado o traço, é redesenhado a cada quadro, para dar a impressão de movimento.

E essa torneira que fica pingando sem parar???


     Outras técnicas de animação são: animação usando loops (utilizando uma mesma sequência e repetindo-a várias vezes, como no caso das animações mostradas), uso de cópias de uma mesma imagem reduzida ou ampliada, e a técnica de aproximação ou afastamento da câmera fotográfica, com os planos separados entre si, para dar impressão de aproximação. Muitas dessas técnicas foram desenvolvidas e aprimoradas por grandes empresas de animação, como a Disney, e foram difundidas mundialmente.

Esse cara não quer parar de falar! Ele nem pisca...


     Ainda há o 'stop motion' e a animação com fantoches! Nestas animações geralmente se usam bonecos ou fantoches onde a cada fotografia a posição e a pose dos personagens e objetos são ligeiramente modificadas, de modo a criar a sequencia de movimento. O 'stop motion' ficou muito famoso ultimamente nas mãos do norte-americano Tim Burton e suas animações "O estranho mundo de Jack" e "A noiva cadáver", e também da animação "Wallace e Gromit", de Steve Box e Nick Park, que obteve muito sucesso no Reino Unido, seu país de origem.


'Stop motion' do boneco Hunter.

     Outra técnica de animação que também usa computador é a animação 3D (tridimensional), mas nesta técnica, um programa de computador é que desenha as cenas para você. Na verdade, é possível incluir cadeiras, mesas, pessoas etc, como se fossem esculturas virtuais, e movimentá-las articulando alguns pontos como braços e pernas, e o computador cria a perspectiva, desenha os contornos e as sombras, desenha o fundo, etc. Falando parece fácil, mas a grande dificuldade deste tipo de animação é criar estas esculturas (modelos), definindo cores e texturas para elas.

     De volta aos animes, pelo que eu andei pesquisando, o processo de animação japonês usa as mesmas técnicas das animações que mencionei, apesar dos japoneses terem, no começo, alguma dificuldade em obter papel celuloide, usando muitas vezes cartolina recortada, já pensou na dificuldade? Além de desenhar e tal, ainda ter que recortar sem errar!

     Bem, Agora que o básico já foi desvendado, só falta transformar os rabiscos animados em personagens de animes. Será que um dia eu consigo? Alguns dos meus desenhos já estão quase lá!


Fontes: